Santiago do Chile

 

Estive em Santiago em fevereiro de 2013 com alguns amigos. Foi a primeira vez que fiz uma viagem mais longa em grupo. Viajar a dois é sempre muito bom e importante para o casal, mas descobri que viajar entre amigos também pode ser bem legal…Tem sempre alguém para tirar fotos do casal, para dividir aquele lanche que o marido ou a esposa não gostam e ainda tomar uma tetera de té (bule de chá). O casal não estará sozinho para qualquer imprevisto e há diversão garantida. Você poderá compartilhar suas experiências e terá alguém para trocar fotos depois.

Montei o roteiro a partir da idéia de um amigo do grupo que tinha muita vontade de conhecer o Chile. Para agradar a todos, somente o Chile não foi suficiente e optamos por um roteiro que incluiu também a Argentina.

Assim, depois de algumas reuniões, conversas, telefonemas e trocas de e-mail, decidimos o roteiro: partimos de Porto Alegre em direção a Mendoza na Argentina (vôo com breve escala em Buenos Aires), três dias em Mendoza e seguimos para Santiago. Após 4 dias pegamos um vôo para Puerto Mont e ficamos hospedados por dois dias em Puerto Varas, de onde seguimos pelo Cruce Andino até Bariloche. Por fim, uma rápida parada em Buenos Aires para curtir a Confeitaria Las Violetas, o Shopping Designer e um pouco de Puerto Madero.

Locamos uma van com motorista particular que nos levou de Mendoza até Santiago através da rodovia Paso de los Libertadores, Ruta 7. Essa rodovia é muito linda e o ideal é contratar o transfer combinando a travessia para o Chile e paradas nos principais pontos turísticos que fazem parte do passeio Alta Montanha.

Em vez de fazer esse passeio e retornar para Mendoza (como é vendido o roteiro original) sugiro seguir adiante, passar pela fronteira com o Chile e se deslumbrar com o restante da paisagem que está do outro lado da alfândega. Uma dica muito importante é não cruzar a fronteira com qualquer tipo de produtos de origem animal ou vegetal, pois, a polícia revista tudo e os cãezinhos são infalíveis em detectar coisinhas não permitidas, nem que seja somente um pêssego, duas pêras ou cinco maçãs. Rssssssss.

 

Em Santiago ficamos no hotel Diego de Velazquez, os quartos e o café da manhã não são lá grandes coisas, mas o melhor do hotel, além do atendimento dos recepcionistas é o bairro da Providência. Este bairro é bastante movimentado, com vários restaurantes, lojas e shopping. Um táxi até o centro custa em torno de 5 mil pesos e de Providencia até o Cerro San Cristóbão são 2 mil.

Para aproveitar bem o que Santiago tem para oferecer, sem correrias, sugiro uns 5 dias de estadia. Assim, além de passear pela cidade e conhecer seus principais pontos turísticos é possível ir até a Vinícola Concha Y Toro e fazer uma excursão para Vinha Del Mar e Valparaíso.

Nós ficamos 4 dias e optamos por aproveitar mais a cidade e não fazer o passeio a Vinha Del Mar e Valparaiso.

 

Caminho de Mendoza a Santiago e Hotel Diego de Velazquez

Contratamos, ainda no Brasil, um tour pela cidade e, para nossa surpresa, a guia era brasileira e vive há muitos anos com a família em Santiago. Descobrimos como é bom chegar noutro país e ter um conterrâneo para nos atender, mesmo não sendo um país tão distante e podendo falar portunhol. Graças a Amanda (nossa guia) acabamos indo também a Concha Y Toro. Tivemos ótimos guias durante nossa viagem, mas a Amanda foi perfeita, nos acompanhou até a porta de embarque no aeroporto, enfrentou, inclusive a fila para o check in, sugeriu passeios, se colocou a disposição. Por causa desse excelente atendimento, vou deixar registrado o contato dela: Amanda.massena@live.cl – Amanda Turismo Flex.

Mesmo tendo visitado duas vinícolas em Mendoza, vale muito a pena ir até Concha Y Toro. Tivemos um tour guiado na parte externa pelos vinhedos e também dentro da bodega, visitando inclusive a adega do Casillero Del Diabo. Detalhe: o guia que nos atendeu na bodega também era brasileiro e vive na região há mais de 8 anos. Depois de um passeio muito bonito pelos jardins e vinhedos, houve degustação de vinhos, vídeo do Casillero e no final, de recordação, você traz para casa taça em que provou o vinho.

 

No tour pela cidade, visitamos os bairros Las Condes e Vitacura onde moram vários artistas chilenos e também oferecem uma vista muito bonita da cidade.

Fomos ao Pátio Bella Vista, shopping de restaurantes famosos e muito bons que ficam próximo ao Cerro San Cristóbal e a uma das três casas de Pablo Neruda. Após, visitamos uma loja de lápis-lazúli e fomos caminhar pelo centro, onde passamos pelo Palácio La Moneda (sede da Presidência do Chile), correio central, catedral metropolitana, antiga câmera dos deputados. Por fim, fomos ao mercado central, onde almoçamos no restaurante El Galeon e pagamos em torno de 9 mil pesos por refeição. De cortesia eles serviram pisco sour, uma bebida típica chilena que leva suco de limão e clara de ovo, dentre outros ingredientes. Sobre o restaurante achamos mais ou menos, não foi o melhor de Santiago. Bom mesmo é o restaurante Empório Siciliano, tipicamente italiano localizado na rua principal do Pátio Bella Vista. Lá, comi salada capresi e um canelosíssimo simplesmente magnífico. Uma refeição neste restaurante sai em torno de 10 mil pesos.

Após o almoço caminhamos até a casa que pertenceu a Pablo Neruda. A entrada com visita guiada custa 8 mil pesos. Vale a pena, você conhece um pouco da história desse grande escritor, visita a casa que abriga quadros interessantes e fotos de Neruda com amigos brasileiros ilustres, como por exemplo, Jorge Amado.

Comprei um souvenier na Fundação Neruda por causa de um poema do escritor que li na saída do tour guiado:

“Qué vas a hacer con tantos días que te sobran, y sobre todo con tantos días que te faltan?"

A tarde fomos conhecer o Cerro Santa Lucía e a feira de artesanato que fica em frente. Na minha opinião a feira é totalmente dispensável. Um táxi do bairro Bella Vista até a feira custa 3mil pesos. Preste muita atenção no taxímetro, pois, soubemos de casos reais onde o passageiro não ficou atento e o taxista cobrou 8 mil pesos pelo mesmo trajeto.

O Cerro Santa Lucía oferece uma vista muito bonita da cidade de Santiago, mas se prepare para muita escada e, principalmente subidas íngremes e precárias. Ainda assim vale a pena conhecer.

Outro lugar interessante de conhecer é o Cerro San Cristóbal, muito próximo a Fundação de Neruda e ao Pátio Bella Vista, é possível subir de funicular (tipo de um bondinho que estava em manutenção em fevereiro/2013), por isso, subimos de ônibus que sai a cada meia hora e é grátis. No topo do Cerro se encontra o monumento da Virgem de La Imaculada Concepcion.

Mas para quem tem tempo livre e muita vontade de caminhar o Cerro oferece bem mais. Há muita área verde e um zoológico nacional.

Uma sugestão para quem for a Santiago é ler o livro da Martha Medeiros: Santiago do Chile – Guia turístico descritivo. Ela conta da época em que morou na cidade e dá várias dicas interessantes.

Algumas considerações: em Santiago há um tipo de salgado que chama pastel de choclo feito com milho verde –  e uma bebida chamada mote com huesillos, refrescante, feita de água, pêssego desidratado, trigo mote e açúcar . Há vários locais pela cidade que oferecem esta bebida e prato tipicamente chilenos. Também há vários pratos que levam Palta (abacate). Eu, particularmente, não apeteci provar nenhum desses pratos diferentes.

O preço de uma garrafinha de água nos bares custa 650 pesos chilenos, já no super a garrafa grande sai por 690.

Ouvimos falar que em Santiago é comum haver terremoto, praticamente todos os dias, porém, não é sentido. Dois dias após deixarmos a cidade ficamos sabendo através de uma amiga que passou por uma situação de terremoto e que foi sentido em toda a cidade.

Nossos dias em Santiago foram de muito sol, calor, lindas paisagens e boa comida.

As belezas de Santiago